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Shows e homenagens marcaram os 80 anos da feira de São Cristóvão

  • onordestino
  • 7 de out.
  • 3 min de leitura

Chiquita, na Feira desde 1978( representando os demais feirantes) e Marcus Lucenna, representando os artistas do reduto mais Nordestino, fora do Nordeste.
Chiquita, na Feira desde 1978( representando os demais feirantes) e Marcus Lucenna, representando os artistas do reduto mais Nordestino, fora do Nordeste.

O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, mais conhecido como Feira de São Cristóvão comemorou seus 80 anos de existência, com dois grandes shows; a saber: no dia 19 de setembro, subiu a um dos palcos principais da feira, a cantora paraibana Elba Ramalho, e no dia 20,foi a vez do Cantor Cearense Raimundo Wagner. No mesmo dia 19, houve a posse do novo gestor da Feira (representante da Prefeitura), Pedro Porto e também o corte de um bolo de 8 metros, simbolizando os 80 anos do reduto Nordestino. E entrega de homenagens a alguns membros da Comissão de Feirantes, feita pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.


A data comemorativa do aniversário, na realidade, é mais simbólica do que a efetiva ocupação do Campo de São Cristóvão, ocorrida no início da década de 40, quando da chegada dos Nordestinos, para trabalhar na construção civil nas grandes obras que estavam sendo feitas na Cidade do Rio de Janeiro. Eles vinham aos montes em caminhões " pau de arara" ,que levava até 21 dia para chegar e logo que chegavam desembarcavam na Campo de São Cristóvão, que ficou conhecido como Rodoviária dos " Paus de Arara" ( termo pejorativo).


A Feira antes de ir para o interior do Pavilhão.
A Feira antes de ir para o interior do Pavilhão.

O paraibano João Gordo foi o primeiro a trazer produtos do Nordeste para vender no local. Essa iniciativa ganhou apoio de outros conterrâneos, que se juntaram a ele, com esse mesmo objetivo: Seu Dorge, " Macaco", Índio e Gavião ( este fazia e lia as cartas que chegavam e as respondia). Este movimento foi crescendo e aos poucos, ganhando proporção de uma feira. Uma vez que os produtos que vinham da Região Nordestina eram expostos no chão em cima de lonas.


A versão oficial da origem da Feira envolve um de seus pioneiros .Em 2 de setembro de 1945, o Cordelista paraibano Raimundo Santa Helena (1927- 2018)afirmava ter lido ali para um grupo de pracinhas que voltava da segunda Guerra Mundial o codel" Fim da Guerra "

A história se referia ao foto de no dia 2,os Japoneses, derrotados no conflito, terem assinado o termo de rendição.


Caminhão pau de arara: era assim que os Nordestinos chegavam ao Rio de Janeiro.
Caminhão pau de arara: era assim que os Nordestinos chegavam ao Rio de Janeiro.

Na década de 1990, o reduto viveu bons e maus momentos. Por questões sanitárias e de segurança, a feira foi ameaçada de ser transferida da localidade para outro lugar, quando ainda era montada na rua apenas aos domingos. Até que em 1993, com a luta das lideranças da época, a Câmara de Vereadores da Cidade aprovou a lei 2053/93, que a manteve no entorno do Pavilhão de São Cristovão. E no dia 20 de setembro de 2003, a mesma conquistou em definitivo o interior do Pavilhão de São Cristóvão, como vemos na atualidade.


Em 2018,dívidas de R$ 18 milhões com a light e a Cedae chegaram a deixar o espaço sem luz e água por meses. Segundo a administração atual, as dívidas foram renegociadas. Em setembro de 2022,a Prefeitura chegou a anunciar planos para revitalizar a feira, por meio de uma parceria público- privada. O projeto previa uma ampla reforma, incluindo a redistribuição dos pontos de venda criando um segundo piso de lojas no segundo pavimento. Os comerciantes foram contra, e o Município recuou.

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