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Raízes Daqui continua entusiasmando alunos e professores nas escolas públicas do Rio

  • onordestino
  • 7 de out.
  • 2 min de leitura

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Iniciativa de educação patrimonial mantém engajamento de estudantes e professores em setembro, com atividades ministradas em escolas da rede pública. Raízes Daqui encerrou seu segundo mês de atividades com resultados que consolidam a importância da iniciativa para a preservação da cultura nordestina no Rio de Janeiro.


Durante setembro, as oficinas de Coco de Roda, ministradas por diversos mestres, inclusive a mestre Negadeza, alcançaram estudantes de escolas do entorno da Feira de São Cristóvão, reforçando o compromisso com a educação patrimonial e a valorização das tradições populares brasileiras.


A receptividade nas escolas continuou superando as expectativas dos organizadores. As oficinas atenderam turmas inteiras do terceiro e quarto anos com grupos da manhã e tarde com atividades. Segundo a professora do Colégio Pedro II, cerca de 30 a 35 crianças participaram das sessões principais, enquanto o quarto ano, devido ao cronograma mais rígido, participou no contraturno com uma média de 16 estudantes.


A mestre Negadeza, um dos destaques das oficinas de setembro, expressou sua satisfação com a oportunidade: "Fiquei extremamente feliz por ter oportunidade de repassar tudo o que me foi deixado pela minha ancestralidade pelas minhas mais velhas Mestras da cultura popular, do Coco Pernambucano". A artista, que pertence a uma linhagem tradicional do Coco de Roda em Recife e Olinda, trouxe autenticidade e legitimidade às atividades.


Um dos aspectos mais marcantes observados durante as oficinas foi o impacto na autoestima e representatividade dos estudantes. "É nítido. Durante a oficina, as crianças negras, brancas, pobres, ricas, estão juntas na escola o tempo inteiro. Mas na oficina as crianças que normalmente são marginalizadas se sentem valorizadas", relatou a professora, destacando como meninas negras se identificaram com a Negadeza e ganharam protagonismo ao pegar o microfone para cantar.


Para Gilberto Teixeira, diretor e curador do Raízes Daqui, as oficinas de setembro comprovaram mais uma vez a riqueza das manifestações nordestinas: "O ensino da cultura de tradição nordestina perpassa, obrigatoriamente, pelas manifestações mais raízes. As oficinas do Raízes Daqui, que aconteceram em setembro, provaram que o Coco de Roda representa uma das mais ricas e tradicionais manifestações do Nordeste".


A presença de mestres populares como a Negadeza trouxe um diferencial único para a aprendizagem. "Numa época em que a informação é tão fluida, vídeos de dois minutos no TikTok, 30 segundos no Instagram, isso não tem a mesma proporção na formação de jovens e crianças. Ter contato com uma narradora, ficar com os olhos brilhando diante da sua narrativa, é um diferencial", enfatizou a professora Patrícia.


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O projeto continua funcionando de terça a quinta-feira nas escolas públicas. A iniciativa, que atenderá cerca de 1.500 alunos até novembro, ainda terá oficinas de Frevo em outubro e encerrará com Bumba Meu Boi em novembro. O Raízes Daqui é uma realização do Instituto Cultural da Feira e Ministério da Cultura/Governo Federal, com apoio da Prefeitura do Rio/RioTur, e representa um modelo inovador de turismo patrimonial baseado na experiência viva da cultura popular nordestina.

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